quarta-feira, 18 de abril de 2012

Escrever em parceria é a velha nova ameaça!


Eu sei que há certas faxinas que só se faz em solidão, mas escrever em parceria é a velha nova ameaça!

Tudo bem que tudo é coletivo, pra mim isso é clichê, mas ao mesmo tempo é cientificamente comprovado, nós da psicologia marxista já provamos isso, e muitas outras psicologias, apesar de não-dialéticas, também conseguiram sacar esse fato indiscutível. Tudo no ser humano é coletivo, é social, é histórico. Onde há um indivíduo já há coletividade. Uma ação individual é sempre ação coletiva. Não tem como delimitar em definitivo o que é individual e o que é coletivo, porque não tem como a dimensão social, coletiva, histórica, se dar sem dialéticamente ser reproduzida pelos indivíduos, cada um à sua maneira, em sua singularidade. E ao mesmo tempo porque não tem como individualidade alguma se dar sem as determinações coletivas do social e do histórico. Porém, pra mim fica claro que quando o coletivo que está introjetado em mim dialoga com o coletivo que há introjetado em você, um coletivo sintético e mais forte está claramente colocado aí! E sim, eu aposto que esse coletivo oriundo de parcerias é mais forte (posso estar errado nesta suposição, mas tenho certeza absoluta de minha tese) do que o coletivo que existe sozinho dentro de mim. A coletividade de coletividades é mais forte do que apenas uma coletividade. Agora considerando que cada um de nós está inserido em diversas coletividades de coletividades (inserido em diversos grupos), nós podemos ter em um sujeito uma coletividade de coletividades de coletividade. Uma pessoa é uma coletividade de parcerias entre indivíduos, Uma coletividade de coletividades (parcerias) de coletividades (indivíduos), pra que fique mais claro.

Diante disso, eu vou pegar um certo modo particular de vínculo, de grupo, de parceria, de coletividade: a dupla. Mas a pergunta "como fazer o corte feminista nessa reflexão da parceria em dupla?" não deixa de me perseguir em nenhum momento. Só que essa vai ficar pra um outro post, específico sobre isso.

É preciso escrever em dupla. É preciso colocar nossa coletividade individual pra compartilhar idéias com as coletividades individuais de outras pessoas, e fazer dessa troca de idéias um campo de produção acadêmica, de produção teórica para a militância, de procução cultural e artística. A gente precisa permitir aos nossos corpos o encontro. Poder dar as mãos a alguém no percurso de uma produção ajuda a produção a ser mais viscosa. Talvez seja por isso que estamos sentindo um indiscutível aquecimento entre as coisas oriundas de lutas sociais e de tudo o que pensa essa sociedade: porque estamos nos encontrando mais.

Eu estou escrevendo esse texto sozinho, eu estou escrevendo esse blog. Mas se você que está lendo, acha que tem um tema legal pra tratar comigo, que poderíamos escrever em parceria um texto sobre qualquer assunto, vamos marcar a data e eu já tô dentro. Peito e casa em aberto, pra receber essa graciosa vontade de não deixar nada tal como está. Não é que a obrigação seja à escrita em parceria, mas nada impede isso, então façamos junto o que estamos fazendo em separado. Nós temos muito a fazer em conjunto, mas é preciso saber a hora certa de agir, pra não espantar e todo mundo e voltar pra mesma modulação de sempre, repetindo sempre os mesmos sons, na hora certa. É preciso ler sobre nós mesmas e mesmos. Nós somos um mistério indiscutível, e essa galera mané da frança, da alemanha, até dos estados unidos, prejudica lá fora, só, que essa galera não tinha noção do que tá rolando aqui.

O convite é à contaminação, à viralidade... Façamos parcerias, essa é a velha nova ameaça... Aquela velha fórmula de sempre, mas que está mais atual do que nunca. Existem coisas que nós já estamos sentindo há tempos, e só precisávamos de compartilhar.

Se suas idéias valem uma parceria, e se as idéias de alguém se encantaram com as tuas, deixa a pentada rolar! Uma hora as idéias começarão a ter a infeliz idéia de se ajuntar. E eu gostaria de ver isso de perto, mas sei que isso tudo tarefa da próxima geração. Que nossas crianças possam viver mais a experiência da parceria, então! É com esse desejo que eu termino esse texto convidando: façamos parcerias, a coletividade das cletividades da coletividade!

beijinhos de maracujá!

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